Origem
A palavra Pedagogia tem
origem na Grécia antiga, paidós (criança)
e agogé (condução). No decurso da história do Ocidente, a
Pedagogia firmou-se como correlato da educação é a ciência do ensino.
Entretanto, a prática educativa é um fato social, cuja origem está ligada à da
própria humanidade. A compreensão do fenômeno educativo e sua intervenção
intencional fez surgir um saber específico que modernamente associa-se ao termo
pedagogia. Assim, a indissociabilidade entre a prática educativa e a sua
teorização elevou o saber pedagógico ao nível científico. Com este caráter, o
pedagogo passa a ser, de fato e de direito, investido de uma função reflexiva,
investigativa e, portanto, científica do processo educativo. Autoridade que não
pode ser delegada a outro profissional, pois o seu campo de estudos possui uma
identidade e uma problemática própria. A história levou séculos para conferir o
status de cientificidade à atividade dos pedagogos apesar de a problemática
pedagógica estar presente em todas as etapas históricas a partir da
Antiguidade. O termo pedagogo, como é patente, surgiu na Grécia Clássica, da
palavra παιδαγωγός cujo significado etimológico é preceptor, mestre, guia,
aquele que conduz; era o escravo que conduzia os meninos até o paedagogium . No
entanto, o termopedagogia, designante de um fazer escravo na Hélade,
somente generalizou-se na acepção de elaboração consciente do processo
educativo a partir do século XVIII, na Europa Ocidental.
Atualmente, denomina-se pedagogo o
profissional cuja formação é a Pedagogia, que no Brasil é
uma graduação e que, por
parte do MEC - Ministério da Educação e Cultura, é um curso que cuida dos
assuntos relacionados à Educação por excelência, portanto se trata de uma Licenciatura, cuja grade horário-curricular
atual estipulada pelo MEC confere ao pedagogo, de uma só vez, as habilitações
em educação infantil, ensino fundamental, educação de jovens e adultos,
coordenação educacional, gestão escolar, orientação pedagógica, pedagogia
social e supervisão educacional, sendo que o pedagogo também pode, em falta de
professores, lecionar as disciplinas que fazem parte do Ensino Fundamental e
Médio, além se dedicar à área técnica e científica da Educação, como por
exemplo, prestar assessoria educacional. Devido a sua abrangência, a Pedagogia
engloba diversas disciplinas, que podem ser reunidas em três grupos básicos:
disciplinas filosóficas, disciplinas científicas e disciplinas
técnico-pedagógicas. [3]
Objeto de estudo e sujeito
O objeto de estudo do pedagogo e da
pedagogia é a EDUCAÇÃO, o Processo Ensino e Aprendizagem, a ação cultural do
educador em intervir e/ou de transmitir tecnicamente "o
conhecimento", de forma sedutora, significativa e em comunhão com a
realidade social, o perfil e a história de vida do educando, o conhecimento e a
informação e a dimensão cognitiva do educando ao perceber, aprender, apreender
e se apropriar de forma crítico-reflexiva do conhecimento e das informações
transmitidas pela percepção pessoal de observador ou de sujeito da intervenção
formativo-educativa da qual foi sujeito, a sua acomodação junto aos
conhecimentos anteriormente existentes e sua capacidade de aplica-los à
realidade social vivido-compartilhada enquanto ser social e cidadão. Logo, o
sujeito da Pedagogia é o ser humano enquanto educando. O pedagogo não possui quanto ao seu objeto
de estudo um conteúdo intrinsecamente próprio, mas um domínio próprio (a
educação), e um enfoque próprio (o educacional), que lhe assegurara seu caráter
científico. Como todo cientista da área sócio-humana, o pedagogo se apóia na
reflexão e na prática para conhecer o seu objeto de estudo e produzir algo novo
na sistemática mesma da Pedagogia. Tem ele como intuito primordial o refletir
acerca dos fins últimos do fenômeno educativo e fazer a análise objetiva das
condições existenciais e funcionais desse mesmo fenômeno. Apesar de o campo
educativo ser lato em sua abrangência, estritamente são as práticas escolares
que constituem seu enfoque principal no seu olhar epistêmico, embora a ação
não-escolar venha ganhando, contemporaneamente, espaço significativo na ação e
atuação do pedagogo. O objeto de estudo do pedagogo compreende os processos formativos
que atuam por meio da comunicação e intercâmbio da experiência humana
acumulada. Estuda a educação como prática humana e social naquilo que modifica
os indivíduos e os grupos em seus estados físicos, mentais, espirituais e
culturais. Portanto, o pedagogo estuda o processo de transmissão do conteúdo da
mediação cultural (ensino) que se torna o patrimônio da humanidade e a
realização nos sujeitos da humanização plena e o processo pelo qual a
apropriação desse conteúdo ocorre (aprendizagem). No plano das ideias, o grego Platão (427-347 a.C.) foi de fato o
primeiro pedagogo, não só por ter concebido um sistema educacional para o seu
tempo mas, principalmente, por tê-lo integrado a uma dimensão ética e política. Para ele, o objeto da educação era a
formação do homem moral, vivendo em um Estado justo.
Pequena estatueta grega em terracota do escravo pedagogo |
Pedagogia no Brasil
O curso de Pedagogia nasce como
bacharelado, na Faculdade Nacional de Filosofia na Universidade do Brasil, numa
“Seção de Pedagogia”, servindo de modelo para os cursos ofertados por outras
IES. O bacharelado em Pedagogia tinha a duração de três anos, com o objetivo de
formar “técnicos em educação”. Entre as reformas do regime militar, a
reordenação do ensino superior, decorrente da Lei 5.540/68, teve como
consequência a modificação do currículo do curso de Pedagogia, fracionando-o em
habilitações técnicas, para formação de especialistas, e orientando-o
tendencialmente não apenas para a formação do professor do curso normal, mas
também do professor de ensino infantil e fundamental em nível superior,
mediante o estudo da Metodologia e Prática de Ensino de 1° Grau. Hoje a duração
no Ensino Superior em Licenciatura Plena em Pedagogia é de 4 anos a 4 anos e
meio.
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